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Vigor do traço e da cor
Traços vigorosos, onde a decisão não esconde o gesto.
Cores vibrantes, numa paleta onde sempre cabem os azuis. A combinação
dessas características tem garantido unidade aos trabalhos mais
recentes de Luís Carlos dos Santos. Médico pediatra, Luís
Carlos sempre encontra, entretanto, na sua produção eminentemente
abstrata, espaço para retratar mães cercadas por seus filhos,
em composições inspiradas nas madonas de Rafael (e na rotina
do seu consultório).
Autodidata, apreciador de Portinari, Matisse e Picasso, fez da observação
seu principal laboratório. Aos seis anos, já rabiscava naturezas-mortas,
dando formas aos objetos do cotidiano, seus brinquedos.
Na juventude, freqüentava a roda de artistas da Praça do Pilar,
em Taubaté, em mergulhos sistemáticos no mundo de imagens
e no fazer de Anderson Fabiano e Justino. Contudo, destes só guardou
o gosto e amor pelos pincéis. Sem herdar influências técnicas
determinantes, Luís Carlos desenvolveu um caminho próprio.
A prática também foi consolidada nos ambientes férteis
dos ateliês. Chegou a pintar com o mestre Justino, dividindo o ateliê
do Grupo dos Oito. Mais tarde, bebeu nas conversas informais com o mestre
e amigo Hermelindo Fiaminghi, cabeça do ateliê que reunia
pintores, escritores e entusiastas em São José dos Campos
e foi marco da produção artística local nos anos
70. Muitas vezes estávamos ali pelo simples prazer de ver
suas telas, diz Luís Carlos, que mantém até
hoje contato inspirador com Fiaminghi.
A trajetória de Luís Carlos inclui experiências em
técnicas mistas, óleo sobre tela, madeira, eucatex e papelão,
passando pela têmpera. Hoje trabalha basicamente com acrílico,
mas, temperamento perscrutador, já namora o mar de possibilidades
da arte virtual.
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