Artigo
Unimed de S. José
dos Campos – Um Grande Negócio
“As
pessoas obviamente pensam em si mesmas antes de considerar o bem estar
comum. Por isso, elas precisam receber incentivos individuais para agir em
prol de uma causa que transcenda o próprio raio de interesses” Erik
Maskin, prêmio Nobel de Economia.
Porque falar da Unimed?
Primeiro porque ela é a maior operadora de planos de saúde de São José dos
Campos. Segundo, porque ela nasceu sob o patrocínio e dentro da APM,
pertence e é dirigida por médicos. Terceiro, porque quem viu a prestação de
contas de 2007 e/ou esteve na assembléia percebeu que a Unimed de São José
dos Campos se transformou num grande e próspero negócio.
A Unimed hoje é uma empresa
sólida que atende todos os requisitos econômicos de segurança financeira. É
uma das poucas empresas que atendeu todas as normas de provisionamento da
ANS. É inegável que a atual diretoria conseguiu a façanha de colocar a casa
em ordem. Além de uma marca respeitável, a cooperativa tem a simpatia do
mercado, sendo uma das “aspirações” da classe consumidora. Somos os maiores
e tentamos também ser os melhores.
Dentro do sistema de
assistência médica supletiva no Brasil, as cooperativas têm um papel muito
importante na regulação dos preços para a classe médica em geral. Um mercado
onde parte dos médicos são donos de seu próprio negócio e, como empresa, são
competitivos, é um mercado diferente. Podemos supor que a selva da
assistência médica fosse pior, para nós médicos, se não fossem as
cooperativas médicas. Portanto, para nós, cooperados e não cooperados, é
importantíssimo que a Unimed seja grande e forte.
Por outro lado vamos analisar
a satisfação dos médicos com a cooperativa e é aqui que o bicho pega. Erik
Maskin, prêmio Nobel de Economia, analisa estas relações entre as pessoas
individuais e as empresas e governos. Não importa se a cooperativa é boa
para a classe médica ou não, se é uma boa causa. Importa sim quanto eu levo
com isto. É assim no mundo todo. Sem incentivos individuais, e vamos falar
em dinheiro, não há causas nobres.
Na área das consultas este
intento foi atingido com a bonificação. A Unimed paga hoje o maior valor de
consulta em São José dos Campos. Mas, sempre o “mas”, o valor da consulta de
intercâmbio é trinta reais, menor que qualquer concorrente na cidade.
No fim da linha estão os
honorários cirúrgicos e, aqui, está o grande desafio. Os honorários pagos
pela cooperativa estão entre os menores do Brasil! Estamos no sexto ano da
atual administração e não há nenhum compromisso sério em mudar este panorama
a curto prazo. Mas pode haver, pois há saúde financeira para isto. A frase
que diz que cirurgião também atende consultas é falácia, pois no tempo em
que ele está operando e está sendo pago de maneira escorchante ele não está
atendendo consultas! Portanto está perdendo dinheiro!
O sistema cooperativista de
assistência médica é um desafio, pois quanto mais o médico trabalha menos
ele ganha. Honorário médico é despesa, portanto quanto mais despesa menos
lucro. Certo, certíssimo, se o lucro fosse dividido pelos sócios, e isto não
é verdade.
O grande desafio do sistema
Unimed é assegurar aos seus cooperados “incentivos
individuais para agir em prol de uma causa que transcenda o próprio raio de
interesses” e a frase não é minha, é do prêmio Nobel de Economia!
Sérgio dos Passos Ramos
Diretor de Defesa Profissional
APM
Regional SJCampos
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