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A pediatria é uma especialidade em extinção?

A prática da Medicina é uma das atividades mais antigas do ser humano. A partir de Hipócrates, há 2500 anos, ela vem se organizando até os padrões atuais.

O desenvolvimento da Medicina inclui o aparecimento das Especialidades Médicas, entre elas, a Pediatria, descrita pela primeira vez por Theodore Zwinger, na Basiléia, Suíça, em 1722, e no Brasil, em 1899.

Observamos, então, que o respeito à criança como ser individualizado e com características próprias, que merecem atendimento específico, é relativamente recente na história da humanidade.

A ação do Pediatra é essencial aos sistemas de saúde, e podemos considerá-lo precursor do Médico de Família, tendo em vista a especificidade de sua atuação no contexto familiar, ouvindo, aconselhando e acompanhando o paciente e seus responsáveis e cuidadores. A consulta pediátrica é das poucas que ainda mantêm as características inerentes ao atendimento médico, ou seja, com anamnese e exame físico completos da criança, mesmo nos atendimentos de urgência, não se restringindo apenas à queixa principal.

O Pediatra necessita de tempo para dedicar toda essa atenção e, para tanto, deve atuar em condições adequadas, bem como ser remunerado de maneira justa. Como resultado, muitas consultas de Pronto Atendimento desnecessárias podem ser evitadas.

Muitos de nós, Pediatras, ainda vemos esta especialidade com romantismo, reconhecendo nela a beleza que de fato a cerca. Acompanhamos a criança desde o seu nascimento até a idade adulta.

Entretanto, com grande preocupação convivemos nos dias atuais com o que podemos chamar de decadência na forma de atuação do Médico, em especial do Pediatra. Várias são as causas desse fato, tais como a baixa remuneração do profissional, a pressão pela quantidade de atendimentos realizados, o não pagamento de consultas de retorno pelos Convênios, a falta de informação dos pais que procuram atendimento por qualquer motivo.

Todas essas dificuldades são observadas tanto no Sistema Público como no setor privado.

O surgimento das inúmeras especialidades pediátricas está gerando, também pelos motivos acima, cada vez mais a falta de interesse pela formação de Pediatras generalistas. Isto é um fato concreto, quando vemos o baixo número de candidatos à Residência, com sobra de vagas. Existe a busca crescente pelas áreas da Medicina que propiciem melhores condições de remuneração e de trabalho, e que não exijam tanta dedicação.

Por isso tudo isso, acreditamos que a Pediatria deve ser remunerada de modo diferenciado e praticada sob condições dignas, para que seja novamente uma especialidade atrativa.

Por fim, percebemos que não há a devida compreensão por parte dos Dirigentes dos Sistemas de Saúde de que não temos mais novos Pediatras e que os poucos que ainda estão atuando encontram-se sobrecarregados e em número insuficiente para dar cobertura a toda a demanda.

Necessitamos, portanto, da ação imediata de todos os responsáveis (Governo, CRM, Sociedades de Pediatria, Diretores das Empresas de Medicina de Grupo, Diretores dos Hospitais prestadores de serviço), no sentido de reverter a situação atual, a fim de que não voltemos aos tempos em que a criança não recebia o respeito devido, com a previsível extinção da Pediatria como especialidade médica.

Christiany Cavalcante - Pediatra

Maria Teresa Rocha - Pediatra

 
    Associação Paulista de Medicina - São José dos Campos
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