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A lei anti-fumo e os médicos
Com
certeza, a maioria dos profissionais da classe médica comemorou a aprovação
da Lei nº 577/2008, pela Assembléia Legislativa de São Paulo - a chamada LEI
ANTI-FUMO -, que provavelmente já deverá estar em vigor quando este artigo
for publicado.
No
entanto, sabemos que alguns NÃO VÃO GOSTAR. Para nosso espanto (imagine os
leigos ), existem colegas que FUMAM durante a consulta. No português bem
claro, uma GRANDE FALTA DE RESPEITO, além de um PÉSSIMO EXEMPLO para os
pacientes.
Com
frequência em nossos consultórios, quando recomendamos às pessoas que parem
de fumar, elas logo citam um Dr. X ou Y, que além de NUNCA ter feito o mesmo
pedido, diz “fume só um pouquinho” (sabemos que isto não resolve)!
Não
tem cabimento aqui neste artigo, já que o leitor é praticamente 100% da área
médica, eu enumerar as consequências do tabagismo. Mas fico espantado como
colegas especialistas de áreas mais diretamente afetadas, como oncologia,
cardiologia, angiologia, pneumologia e neurologia, insistem em continuar
fumando.
Existem
aqueles que defendem o direito do tipo “isto é um problema meu”! NÃO É, NÃO!
Além de poluir o ambiente, afetando os não fumantes, os malefícios do
tabagismo geram altos custos hospitalares para o governo (caso vá se tratar
numa instituição pública); os medicamentos oncológicos de alto custo são
geralmente fornecidos pelo governo; uma aposentadoria por invalidez é bem
provável. Esses custos SÃO PAGOS por
todos nós, principalmente os não fumantes, que são a maioria.
Deveria
haver um projeto de lei impedindo
o ingresso de fumantes em
cursos técnicos ou superiores ligados à saúde (medicina, odontologia,
enfermagem etc.). Barrar já no vestibular cortaria o mal pela raiz.
Quer
fazer vestibular em ÁREA BIOLÓGICA? Então pare de fumar!
Quer
fumar? Então escolha outra profissão.
Muitos
vão achar isso extremamente
radical, mas eu pergunto: tem outro jeito? Existem atualmente
tratamentos medicamentosos altamente eficazes para se largar o cigarro.
Aliando-se a isso boa vontade
e determinação, facialmente se chega ao sucesso.
Só
pra lembrar, como será proibido fumar em RECINTOS FECHADOS, os consultórios,
salas de espera, corredores, banheiros, copas, cozinhas, lavanderias etc. de
clínicas estão inclusos.
Opções
pra quem insistir no tabagismo: 1- Fumar na rua (mas e quando chover?); 2-
Atender os pacientes no jardim ou quintal da clínica (continua o problema da
chuva) 3- Tomar uma atitude positiva - PARAR de FUMAR! (espero que esta
última seja adotada pela maioria ).
Oswaldo Couto Júnior (CRMSP
35822) é médico neurologista
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atualizado em 04-fevereiro-2016