A iniciativa da SOGESP prevê a realização de fóruns de
debates regionais em todo o estado, o Dia do Protesto do Bem, e um Dia
Estadual de Luto. Caso não ocorra negociação e mudança do quadro, há a
possibilidade de paralisação do atendimento aos planos de saúde.
Obstetras em extinção
Atualmente, há planos que pagam R$ 200,00 (bruto) ou
menos por um parto. Só para ter uma idéia, a filmagem do parto custa em
regra cinco vezes mais do que os médicos recebem para colocar uma vida
no mundo e cuidar de outra vida preciosa: a da mãe. Exemplo por exemplo,
vale lembrar que uma boa escova progressiva, na capital paulista, também
está na faixa de R$ 200,00.
De acordo com o presidente da SOGESP, César Eduardo
Fernandes, atualmente existe um consenso por parte de ginecologistas e
obstetras de que o exercício da especialidade no estado de São Paulo
está tornando-se inviável. Aliás, na residência médica já se percebe
claramente o fenômeno do desaparecimento dos obstetras. A remuneração
vil é, sem dúvida, o motivo da falta de interesse. “A dignidade do
tocoginecologista está gravemente comprometida pelo aviltamento dos
valores pagos pelas consultas e procedimentos realizados pelos planos e
operadoras de saúde”, afirma Fernandes.
Recentemente, num encontro da SOGESP em Campinas, com
lideranças da especialidade de todo o Estado, houve consenso também de
que não dá mais para os especialistas ganharem cerca de R$ 25,00 por
consulta, média paga atualmente pelas empresas. Especialmente porque na
ginecologia e obstetrícia, a consulta é realizada em três tempos:
anamnese inicial, exame geral e especializado, incluindo um procedimento
invasivo (colocação do espéculo e coleta de citologia), seguido de um
terceiro tempo que inclui finalização da consulta com explicação das
hipóteses diagnósticas, solicitação de exames e receita de medicamentos.