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ENTREVISTA

 

Unimed de cara nova

 

Leia entrevista do novo diretor presidente da Unimed, Julio Cesar Teixeira Amado:

 

Quais as suas impressões nessa fase inicial de gestão como presidente de uma das maiores operadoras de saúde do Brasil?

Embora já tenha sido diretor na última gestão, é diferente de assumir como presidente uma empresa que movimenta 300 milhões por ano. A responsabilidade é muito grande perante as pessoas que dependem da Unimed-SJC, seja cooperado, colaborador, prestador de serviço ou cliente. Até mesmo perante os órgãos reguladores.

                            

O sr. foi diretor da APM SJCampos na gestão 2008-2011. Por que quis integrar a diretoria? Como foi a experiência e a convivência com os demais membros da APM?

Na verdade fui diretor da APM por um convite da própria Associação, com o objetivo de estreitar o relacionamento entre as duas casas. A experiência como diretor da APM foi ótima. Eu já conhecia os demais membros e tenho um bom relacionamento com todos, ainda mais porque somos, na maioria, da mesma especialidade médica e convivemos em outros ambientes. Conciliar APM e Unimed-SJC foi tranquilo, mesmo sendo gestões diferentes: uma social e outra financeira e administrativa.

 

Como se deu o seu ingresso nessa carreira de política médica? É verdade que houve incentivo do colega Sérgio Ramos?

Desde que cheguei a São José dos Campos, por ter um perfil conciliador e agregador, acabava sendo convidado para alguns cargos. Foi o que aconteceu no caso do Sérgio Ramos. Quando cheguei à cidade, fui indicado por ele para ser presidente do Departamento de Ginecologia e Obstetrícia da APM. Não me considero político e sim um profissional agregador, com bom relacionamento com os colegas.  

 

A Fenasaúde informou no Congresso Nacional que teve um lucro de 7 bilhões de reais no ano passado. Seus valores de consultas e de procedimentos são maiores que os praticados pelo sistema Unimed. Porque, então as Unimeds sempre dão prejuízo?

No meu ponto de vista, esta informação está incorreta, pois não é porque a empresa tem um alto lucro que o honorário médico é maior. O problema está em comparar o sistema de medicina de grupo com o cooperativismo. São coisas completamente distintas que funcionam de maneira diferente. Enquanto a gestão do sistema de medicina de grupo é vertical, a gestão da cooperativa é horizontal e política. A dificuldade na gestão e obtenção de lucros está na burocracia e receita limitada. Não que a cooperativa não dê lucro, pelo contrário. Mas este lucro demora mais para ser visto e depende de seus sócios.

                                                

Médicos cirurgiões reclamam que os valores pagos pela Unimed estão muito baixos e defasados dos valores das consultas clínicas. Isto contraria a CBHPM recentemente aceita pela SDE e ANS como um instrumento válido para negociação com os médicos. O senhor é cirurgião. O que acha disto?

Como cirurgião, sofro as consequências disso. Cada singular, por ser independente, torna a negociação mais difícil. Se o sistema Unimed fosse unificado seria mais fácil de chegarmos a um acordo favorável para ambas as partes.

 

Médicos cooperados reclamam que não se sentem “donos” da cooperativa. O que pode e está sendo feito para “trabalhar” este sentimento?

Ao ingressar na Unimed, os médicos assistem a aulas de cooperativismo, porém não é o suficiente. O médico é individualista por natureza e falta a educação cooperativista, entender o negócio como um todo e qual seu papel dentro dele. Para trabalhar o sentimento de ser ‘dono’ da cooperativa, propomos encontros e ações com o cooperado. A ideia é conscientizar de que ele é dono da cooperativa e que deve proteger a sociedade como um todo.

 

O Hospital Santos Dumont foi/é um bom negócio para a Unimed? Por quê?

O Santos Dumont Hospital foi, é e será um bom negócio para a Unimed-SJC. Para isso é necessário que o hospital seja bem administrado e o cooperado se sinta dono do negócio e utilize bem o recurso próprio. Atualmente várias singulares estão enxergando os Recursos Próprios como investimento necessário para a cooperativa, já que esta medida valoriza o médico cooperado e a operadora não fica refém de outros recursos.

 

Quais as perspectivas para as operadoras de saúde nos próximos anos? E a Unimed?

Para as operadoras de pequeno porte as perspectivas não são boas tendo em vista todas as exigências que surgem de tempos em tempos dos órgãos reguladores. Percebemos que a ANS quer que as operadoras de saúde assumam a responsabilidade do sistema público de saúde, transferindo o custo assistencial público para a iniciativa privada. O Sistema Unimed é visto hoje como instituição filantrópica de utilidade pública, sendo que na verdade é uma empresa privada como outra qualquer, que visa lucro.

 

Que mensagem o Sr. gostaria de deixar, nesta entrevista, aos médicos  de São José dos Campos, cooperados ou não?

O médico desconhece sua força e seu poder de negociação. Como a maioria tem visão assistencialista, se torna receoso e arrisca pouco nos negócios. O que falta para a classe médica é o espírito empreendedor. Acredito que se na escola de medicina ministrassem aulas de empreendedorismo, facilitaria a vida do profissional em todas as suas atividades.

 

Foto: O diretor presidente da Unimed, Julio Cesar Teixeira Amado

 
 
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