EDITORIAL
We Can Do It
Esta frase foi criada em 1943,
no esforço de guerra americano, para despertar no povo o sentimento de que
eles poderiam sim enfrentar a nova situação nunca vista em território
americano.
Barack Obama usou uma frase
parecida para reforçar o mesmo sentimento: Yes, we can. (2008) Novamente era
uma afirmação dentro de uma crise de grandes proporções.
Quando nossa jornalista
discutia a pauta comigo e me pedia o editorial, me surgiram estas duas
frases e minha conclusão. Sim, nós podemos fazer.
Isto vale para o os 200
transplantes autólogos de medula óssea, comemorados pelo Centro de
Hematologia do Vale e Hospital Pio XII.
Isto também vale para as
conquistas que temos tido nas nossas reivindicações junto às operadoras de
planos de saúde. As grandes concordaram com consultas a 60,00 ainda neste
ano. Muitos colegas de nossa cidade nunca acreditaram que fôssemos
conseguir, mas aí está. Poucos reconhecem que é o movimento médico, unido,
que acredita que pode, que é quem está fazendo isto.
É fácil se omitir dentro de
nossos consultórios e colher os louros das batalhas não travadas. É,
digamos, asséptico...
Nesta edição estamos lançando
mais um desafio: O Meio Ambiente. Nas páginas internas uma entrevista com
Paulo Martini, cientista do INPE, que vive o que acredita, que gosta do que
faz.
A doença é multicausal, o meio
ambiente é uma das causas que não controlamos. Martini sugere atitudes que
podemos ter, como médicos, como cidadãos, para poder sim.
Uma frase dele, no entanto, me
assusta. Da sua ótica de usuário, cientista, observador, considera que
estamos nos afastando de nossos pacientes. Por causa dos convênios, porque
ainda vivemos o sonho da medicina liberal, que não existe mais.
Repito uma frase que já
escrevi e falei muito. Somente os anos poderão comprovar o malefício feito à
medicina pelos planos de saúde.
Podemos mudar isto?
Nós podemos fazer isto? Sim,
nós podemos.
Sérgio dos Passos Ramos
Presidente da APM São José
dos Campos
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