EDITORIAL

Por um elo positivo

Muito se discute sobre as condições de trabalho do médico, a desvalorização da profissão e o desrespeito por parte das empresas de planos de saúde. Complementando essas questões, gostaria de abordar, neste espaço, a relação médico-paciente, principalmente nos serviços de emergência e nas consultas de ambulatório.

Obviamente que há excessões, mas é fato que, devido ao tempo reduzido concedido ao médico para cada consulta, ocorre com frequência que ele: não cumprimente o paciente; não olhe nos olhos do paciente; consequentemente, não estabelece uma empatia positiva, e o cliente fica insatisfeito com essa conduta.

Conclusão: se algo não vai bem após a orientação dada pelo médico, ou se acontece algo mais grave, surge todo um terreno propício para culpar o médico, ou mesmo processá-lo.

Sabemos que o médico sofre pela falta de condições adequadas para o exercício da medicina, mas, e por isso mesmo, ele precisa se proteger, se resguardar. Uma maneira de fazer isso é procurar tornar a consulta um acontecimento mais acolhedor, confiável e tranquilo para o paciente que, antes de tudo, encontra-se carente, inseguro, necessitando de apoio e respeito.

Se o médico, dentro dessa precária situação, conseguir estabelecer um elo positivo com o paciente, com certeza conseguirá evitar inúmeros problemas e aborrecimentos para ambas as partes.

Hélio Alves de Souza Lima

Diretor da APM Regional SJCampos