EDITORIAL
Bumerangue
Uma tarde, no Parque Ibirapuera, sentado em um banco, estava um rapaz,
enquanto uma menina brincava com um bumerangue; subitamente o objeto atingiu
o rapaz. Em vez de reclamar, ele pegou o objeto e perguntou à menina como se
jogava. Ela o convidou a jogar. Ao arremessá-lo, o rapaz quebrou o
brinquedo. Muito embaraçado, prometeu à menina que no dia seguinte, à mesma
hora, lhe traria outro igual.
Conforme o prometido, o rapaz, que aparentava curta habilidade manual, no
dia seguinte lá estava com o novo bumerangue.
É lógico que nenhuma mãe de bom senso deixaria uma menina se encontrar com
um desconhecido no Ibirapuera. Após esperar algum tempo, ele voltou para
casa com o bumerangue. O mesmo passou a despertar a curiosidade,
inicialmente nos amigos e, após, em outras pessoas, que lhe encomendaram
outros bumerangues. Hoje ele é dono de uma fábrica de bumerangues.
A sorte literalmente lhe caiu no colo, mas só deu certo porque ele estava
aberto ao diálogo, aos novos conhecimentos e às mudanças.
Nessa época do ano, sofremos um massacre de impostos, taxas para todos os
lados e agora até para TV aberta, que não tem nada de arte para nos
oferecer, que entra em nossas casas fazendo propagandas que não nos
interessam, mostrando políticos hipócritas e criminalidade o tempo todo. É a
esses artistas que temos que pagar direitos autorais? Na minha opinião, eles
é que deveriam nos indenizar por essas agressões.
Bate a revolta e o negativismo. Mas vamos tentar mandá-los para longe e
acreditar que um bumerangue ainda vai cair em nosso colo. Só assim nossa
saúde vai agradecer!
Maria Margarida F. Isaac
Conselho Fiscal da APM Regional SJCampos
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