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19/12/2019

Medicina e tecnologias digitais

A Telemedicina foi o tema da vez em 2019. Já no início do ano, a revista Veja, edição nº 2.621 de 13 de fevereiro, destacou em sua capa reportagem sobre os avanços da telemedicina no país e no mundo. Segundo a publicação, na Inglaterra, o uso de cuidados a distância com idosos reduziu em 15% as visitas de emergência; em 20% as admissões hospitalares; em 14% a ocupação de leitos hospitalares; e em 45% as taxas de mortalidade.

O texto da revista mencionava a Resolução nº 2.227/2018, do Conselho Federal de Medicina (CFM), que atualizou critérios para oferta de serviços médicos mediados por tecnologia no Brasil. Dez dias depois da publicação de Veja, o CFM revogaria a resolução, pressionado por críticas e polêmicas provenientes, principalmente, das entidades médicas.

Em junho, a APM Estadual organizou o Global Summit Telemedicine & Digital Health, considerado o maior e mais relevante evento em telemedicina e saúde digital da América Latina. Durante quatro dias, o Summit reuniu especialistas internacionais e nacionais para debater as tendências que estão transformando o mundo da saúde. O presidente da APM São José dos Campos, David Alves de Souza Lima, participou do evento e teceu considerações sobre o assunto em três editoriais do Jornal do Médico.

No 3º Encontro de Líderes da APM, realizado de 29 de novembro a 1º de dezembro, o tema voltou à pauta, com duas apresentações do diretor de Tecnologia da Informação da Associação, Antônio Carlos Endrigo. Na primeira, ele falou sobre Telemedicina e Saúde Digital, abordando o conceito de Medicina 4.0 e o impacto das novas tecnologias como cloud computing, inteligência artificial, internet das coisas e impressão 3D.

Endrigo também falou sobre a necessidade de haver uma boa regulamentação da Telemedicina no Brasil e citou as normas vigentes, como o artigo 37º do Código de Ética Médica, o parecer do CFM sobre o uso de WhatsApp e ferramentas similares e a Resolução 1.643/2002. Sobre a Resolução 2.227/2019, publicada e revogada pelo CFM, Endrigo alertou que a maior parte dos itens já é praticada. “Apenas a teleconsulta deve ser amplamente debatida pelos médicos. Pode ser feita? Como? Em que condições?”, indagou.

Data Mea

Em sua segunda participação no Encontro de Líderes da APM, o diretor de TI apresentou o Data Mea, repositório de dados clínicos de pacientes, e o novo aplicativo da Associação – que atualmente está disponível para celulares e tablets iOS, incluindo funcionalidades como prescrição de medicamentos e outros serviços da APM, como acesso a eventos, publicações etc.

“Data Mea vem do latim e significa meus dados. A ideia é pegar as informações que já estão em prontuários eletrônicos de médicos, hospitais e laboratórios e reuni-los em nuvem de forma segura, de maneira que os profissionais de saúde só possam acessá-los mediante autorização do paciente. A APM tem agora um desafio muito grande de sensibilizar os serviços de saúde a se integrarem ao sistema, que foi construído de acordo com os padrões internacionais de interoperabilidade Health Level 7 (HL7), para que seja facilmente integrado com as plataformas usadas pelo Ministério da Saúde e serviços particulares”, esclareceu Endrigo.

Há muito que os avanços da medicina e da tecnologia caminham juntos, com benefícios imensuráveis para a humanidade. A diferença que se nota, neste século, é que o uso da tecnologia na saúde deixou de ser prerrogativa dos profissionais da medicina e áreas correlatas, no exercício de suas atividades clínicas, e se ampliou, chegando aos pacientes, estruturas e gestores. Exames são agendados pela Internet e os resultados estão disponíveis on-line para acesso do paciente, mediante login e senha. As secretárias dos consultórios médicos confirmam as consultas pelo aplicativo de mensagens. Agora, anuncia-se um repositório de prontuários eletrônicos, na nuvem. A tecnologia digital está em toda parte, e não seria diferente na medicina e saúde. A utilização responsável e consciente, por parte dos atores envolvidos, é fundamental para que todos usufruam de seus aspectos positivos, que não são poucos.

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